Close Menu
    Facebook X (Twitter) Instagram
    Facebook X (Twitter) Instagram
    Vivendo Bauru
    Contato
    terça-feira, outubro 21
    • Auto
    • Casa
    • Economia
    • Educação
    • Empresa
    • Internet e Tech
    • Jornalismo
    • Lazer
    • Saúde
    • Turismo
    • Outros
    Vivendo Bauru
    Home»Jornalismo»Sanduíche bauru

    Sanduíche bauru

    outubro 17, 201312 Mins Read

    Muitas pessoas no mundo todo saboreiam o sanduíche Bauru e nem imaginam que o lanche foi batizado com este nome por causa de um bauruense. A receita, embora simples e hoje conhecida internacionalmente, foi inventada em 1933 pelo então radialista Casimiro Pinto Neto, o Bauru, apelido que recebeu dos amigos quando chegou à capital por causa da sua origem. Casimiro na época era um dos freqüentadores da famosa lanchonete paulistana – o Ponto Chic – instalado no largo do Paissandu, considerado naquela época o centro novo e elegante de São Paulo.

    Numa noite, chegando atrasado ao Ponto Chic para uma partida de sinuca, Casimiro quis comer algo rápido e substancioso. Chamou Carlos, o principal sanduicheiro da casa, e orientou: “Abra um pão francês, retire o miolo e ponha dentro queijo derretido”. Enquanto Carlos anotava, Bauru comentou: “Está faltando proteína nisso”. Deu então a ordem: “Acrescente umas fatias de rosbife”. O sanduicheiro se afastava quando Bauru completou a receita: “Carlos, bota também umas fatias de tomate”.

    Quando Bauru estava comendo o segundo sanduíche chegou um amigo e pegou um pedaço de seu lanche – gostou – e gritou para o garçom, “Me vê um destes do Bauru.” A partir daí os amigos foram experimentando e o nome foi ficando. Todos quando iam pedir falavam: “Me dê um do Bauru”, “…me dê um Bauru”, e assim ficou o nome para o sanduíche inventado por Casimiro Pinto Neto – Sua Excelência – o BAURU.

    Com a intenção de deixar o lanche ainda mais saboroso, os chefes de cozinha foram adicionando, nas últimas décadas, novos ingredientes à receita original do Bauru. Assim, o lanche passou a incluir, além de tomates frescos, fatias de pepino curtido em vinagre de vinho branco (picles) e vários tipos de queijo.

    Receita original

    • Ingredientes
    • 250 gramas de uma peça de lagarto
    • 80 g de queijo prato
    • 80 g de queijo suíço
    • 80 g de queijo estepe
    • 10 g de queijo provolone
    • Água o quanto baste
    • 1/2 colher de sopa de manteiga
    • 6 rodelas de tomate
    • 6 fatias de pepino (antes de usar o pepino, deixe-o por quatro dias em uma conserva de vinagre de vinho branco).
    • 3 pães franceses
    • Sal a gosto

    Preparo

    Aqueça bem uma chapa de ferro (ou assadeira) no fogão e coloque a carne de lagarto, inteira, sem nenhum tempero. Vire-a seguidamente para que vá assando com uniformidade, até formar um centímetro e meio de carne bem assada, com o centro rosado. Depois de pronto o rosbife, corte-o em fatias bem finas.

    Fatie os queijos. Leve uma panela ao fogo, com três copos de água. Acrescente a manteiga e aqueça, até que se forme uma camada de óleo por cima. Abaixe o fogo. Coloque na água o queijo provolone. Junte depois os outros queijos, aos poucos, mexendo sempre e acrescentando água quando necessário, até que se forme uma pasta uniforme.

    Corte o pão ao meio, no sentido do comprimento. Em uma das partes, coloque quatro fatias do rosbife, temperadas com sal (na hora). Sobre o rosbife, disponha duas rodelas de tomate e duas fatias de pepino. Retire um pouco do miolo da outra parte do pão e acrescente um terço do queijo fundido, quente. Feche o sanduíche e corte sem sentido diagonal. Repita o procedimento com os outros dois pães e sirva imediatamente.

    A história do famoso sanduíche, que leva o nome da cidade de Bauru é mais ou menos do conhecimento de todos. Sua comercialização está difundida pelos mais diferentes pontos comerciais, Brasil afora. Cardápios de restaurantes e letreiros internos de bares, por tudo quanto é canto oferecem o sanduíche. São tantas as mudanças que poucos conhecem como se faz o bauru original. Os puristas afirmam que o prato deve ser preparado com pão francês sem miolo, queijo derretido em banho-maria,rodelas de tomate, fatias de rosbife e e de pepino em conserva.

    O bauru foi criado na lanchonete do Ponto Chic, fundada em 1922. Em pouco tempo, a receita espalhou-se pelo Brasil e exterior. Hoje, o sanduíche pode ser apreciado em lanchonetes da Europa. A cidade homônima, envaidecida agradece, retribuindo à sua maneira tamanha benesse. Bauru, a cidade, a 350 quilometros da capital paulista, berço do criador, Casimiro Pinto Neto, o reverencia anualmente numa festa de grande apelo popular, a Festa do Sanduíche Bauru. Ela ocorre simultaneamente com o aniversário da cidade, em 1º de Agosto, de 111 anos.

    lanchonete

    Uma grande tenda foi montada no parque Vitória Régia, o cartão-postal da cidade. Em dois dias, foram vendidos mais de 8000 lanches, elaborados a partir da receita original. Debaixo da lona, seis barracas, cada uma de uma instituição social, recebiam o lanche previamente preparado por uma cozinha piloto, Tudo “de acordo com os bons costumes do lugar”. Um deleite, vendido por 5 reais. A festa teve o encerramento antecipado, pois o estoque de baurus se esgotou antes do previsto.

    Quem ri de orelha a orelha é Helerson Balderramas, presidente do Comtur (Conselho Municipal de Turismo), que conseguiu tirar do papel uma antiga aspiração, acalentada há quatro anos: a de criar uma certificação para os estabelecimentos que revendem o bauru da receita original. “A idéia foi resgatar o modo de preparo e os ingredientes básicos, sempre respeitando o diferencial de cada estabelecimento. A certificação veio para preservar a identidade do sanduíche e sua tradição, credenciando os estabelecimentos que respeitem a forma correta de prepará-lo”, afirma, orgulhoso, Balderramas.

    A certificação foi sendo amadurecida nos últimos anos, até ganhar forma. E virou uma jogada de marketing não só para estimular a venda do sanduíche, mas para promover a cidadedo interior paulista. Os cinco primeiros estabelecimentos a receberem a Certificação são as três lojas do Ponto Chic, em São Paulo e os bauruenses, Skinão Bar, que há 34 anos preserva a receita e Bar Aeroporto, há 14 anos no Aeroclube.

    “Tinha que estar por aqui, pois o Ponto Chic é a mais famosa cara do bauru, não dando para dissociar um do outro. Somos uma espécie de embaixada do bauru e de Bauru em São Paulo. Volto sempre que me convidam e nesse ano trouxe um presente para o museu e a cidade, uma placa contando nossa trajetória”, conta José Carlos Alves de Souza, o proprietário do lendário Ponto Chic.

    Marquinhos Sanches, filho do Zé do Skinão, que garantiu a venda do original na cidade por décadas, estava radiante: “A certificação, para nós, que há mais de 30 anos servimos o verdadeiro bauru, só credencia mais o serviço”. Também certificado, Fernando Improta, diz que o lanche é o carro-chefe no Bar Aeroporto: “Por lá passam muitos aviadores que se assustam, pois o bauru não é o misto-quente que eles comem em outras cidades”. Todos passaram pela avaliação do Comtur e receberam o Selo de Autenticidade, cobiçado por muitos outros estabelecimentos. Um comerciante de Feira de Santana BA, saiu dizendo: “Vim pensando em conseguir uma espécie de franquia e vi que a coisa não girava por aí.

    Contagiei-me ainda mais”. Todo o processo de certificação deve necessariamente ser iniciado pelo site www.sanduiche.baurusp.com.br. Para obter o certificado, o solicitante enfrenta cinco etapas, inclusive a visita in loco de uma comissão avaliadora do sanduíche. O certificado é publicado no Diário Oficial.

    Paralelo à certificação e à festa, o secretário municipal de Cultura, José Augusto Ribeiro Vinagre, acompanha, com muita atenção, outra documentação, a enviada ao IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), com o pedido de reconhecimento como bem imaterial e patrimônio cultural do país. “Inicialmente pedimos o registro, mas ele não é patente de origem. O que importa são os rituais valorizados e, se possível preservados. É isso que buscamos preservar”, afirma Vinagre. Também de olho na difusão da marca e na atração de turistas para o município, o supermercadista Jad Zogheib tornou-se um dos idealizadores do Projeto Bauruzinho, que revende camisetas e bonés, com renda revertida para entidades assistenciais. Zogheib circula pela festa a planejar novos saltos. “Criamos um personagem, o Bauruzinho, de grande poder de convencimento. A marca lembra a cidade e essa fusão é benéfica para todos. Os dois Baurus são ótimos filões”, explica o comerciante.

    No documento recebido do IPHAN, assinado por Ciane Feitosa Soares consta que “tal como o cachorro-quente, de origem alemã, o hambúrguer,
    criação americana, situa-se o bauru. E em oposição aos sanduíches e refrigerantes americanos, o bauru é muitas vezes associado ao guaraná,
    no sentido da valorização dos produtos nacionais. É uma expressão do multiculturalismo nas megacidades”.

    Durante a festa, o músico Bitenka entoava “Parabéns, meu Bauru/ És grande cidade/ Parabéns, meu bauru/Confiabilidade.”, misturando os dois Baurus, em algo já feito lá atrás por Cazuza e João Rebouças, na música Garota de Bauru, quando dizia que “A garota de Bauru/ Não é um sanduíche/ A garota de Bauru/ Não é um personagem triste”. Não escapou a lembrança de um deputado carioca, a conclamar tempos atrás:

    “Valorizemos nossos produtos nacionais. Vamos comer a broa de milho, o bauru, o pão de queijo…” O bauru agora é grife”.
    (*) Henrique Perazzi de Aquino é jornalista da Carta Capital

    Conheça o Programa de Certificação do Tradicional Sanduíche Bauru

    O Programa de Certificação do Tradicional Sanduíche Bauru consiste na inscrição de estabelecimentos que produzem o tradicional sanduíche que levou o nome da cidade para o Brasil e exterior. A certificação cabe ao solicitante que em seu estabelecimento faz o uso da denominação do sanduíche considerando a receita e o modo de preparo tradicional. Ao final do processo a empresa receberá um selo com as inscrições “Sanduíche Bauru Tradicional: Estabelecimento Certificado”. Ao receber a certificação o estabelecimento assume o compromisso de garantir a tradição da receita, contribuir com o COMTUR no resgate cultural do sanduíche como patrimônio nacional, garantir a qualidade do produto e participar das atividades para sua divulgação, assim como incentivar o seu consumo.

    Para a elaboração do Sanduíche Bauru Tradicional, os ingredientes utilizados são: pão francês (sem miolo), queijo derretido em água quente ou banho-maria, tomate em rodelas, rosbife e pepino em conserva (opcional), utilizando o mesmo modo de fazer do sanduíche original.

    O investimento para a certificação ocorre por conta do estabelecimento solicitante. Transporte, hospedagem e alimentação – para dois integrantes da comissão de auditoria – Primeira visita e visita de avaliação a cada 6 meses. A hospedagem é combinada, conforme a distância e a possibilidade de ida e volta no mesmo dia. O meio de transporte também deve ser combinado de acordo com a localidade; Selo em uma placa de acrílico e PVC – Uma unidade.

    Para obter o certificado, o solicitante passa por uma etapa de cadastro e apresentação de documentos do estabelecimento, segue formulário anexo. Outra etapa é a análise da documentação, visita técnica para avaliação, aprovação e entrega da certificação, que será publicada no Diário Oficial do Município. O COMTUR se responsabiliza pelas ações preventivas e corretivas junto aos estabelecimentos certificados. As visitas pela comissão de monitoramento ocorrerão semestralmente e a renovação do cadastro será a cada dois anos.

    Com a finalidade de divulgar o Programa de Certificação proporcionando acesso aos empresários do setor de A&B (Alimentos e Bebidas) do Brasil, o COMTUR elaborou um website com informações sobre a história, a receita tradicional, o processo de certificação e os estabelecimentos certificados.

    Casimiro Pinto Neto

    casimiropintonetoefilha

    Casimiro Pinto Neto e sua filha Patrícia. . Fonte: Ponto Chic (2006)

    Filho de Hermínio dos Santos e Leonilda Meyer Pinto, Casimiro Pinto Neto, nasceu em Bauru em 5 de abril de 1914. Quando criança era conhecido como “Bebé” e somente depois de transferir-se para São Paulo, para completar seus estudos e trabalhar, ganhou o apelido de “Bauru” por falar muito em sua amada terra.

    Casimiro começou a trabalhar em Bauru com 13 anos, após a morte do pai, como desenhista da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Foi para São Paulo com duas opções de estudo; Arquitetura ou Direito. Como em São Paulo já trabalhava como jornalista e repórter, optou por Direito. “Naquele tempo, só existia engenheiro-arquiteto, teria que estudar muito, e direito eu faria com um “pé nas costas”, dizia Casimiro.

    Entrou na Faculdade de Direito da USP, no Largo do São Francisco, e concluiu seu curso sem nenhum problema acadêmico. O que o fez demorar um pouco mais para se formar, foi a eclosão da Revolução Constitucionalista de 1932, uma vez ter feito parte do “Batalhão 14 de julho”, formado pelos estudantes das Arcadas. Trabalhou como repórter da Rádio e TV Record até a sua morte. Após o falecimento de sua mãe, a 1ª Coletora de Bauru, herdou a titularidade do Cartório, que depois transferiu para São Paulo. Por isso nunca exerceu o direito, e acumulava seu trabalho de Diretor Financeiro da Rede Record com o de Tabelião.

    Casou-se com a Sra. Miriam Ribeiro Leite, com quem teve duas filhas Patrícia e Cássia. Casimiro Pinto Neto morreu no dia 2 de dezembro de 1983.

    Zé do Skinão

    zedoskinao


    Vemos na foto acima o Sr. José, mais conhecido como Zé do Skinão. Arquivo pessoal da Família

    José Francisco (zé do Skinão), que conheceu Casimiro Pinto Neto desde 1957, transformou sua lanchonete no principal ponto bauruense de divulgação do Sanduíche Bauru. Na época da inauguração de seu estabelecimento, Zé do Skinão distribuía o lanche de graça para a população experimentar e sempre dizia que era padrasto do sanduíche já que em 1974 o Ponto Chic, berço do lanche, teve de fechar. “Eu não podia deixar a criança na rua, não podia deixá-la órfã. Então, desde essa época, eu faço a minha parte, dizia. No início, perdeu a conta de quantos Bauru montou gratuitamente, para distribuir para os freqüentadores de sua lanchonete. “O pessoal fazia cara feia, quando oferecia o sanduíche, mas depois saía satisfeito. Hoje, 100% dos moradores conhecem o lanche que virou sinônimo da cidade”, dizia orgulhoso Zé do Skinão.

    Por causa desse trabalho de divulgação, que incluía distribuição de lanches em eventos sociais, Zé do Skinão não acreditava que a receita original pudesse ser esquecida. Mesmo aposentado, José Francisco muitas vezes era visto no Skinão Lanches preparando os sanduíches pedidos pelos freqüentadores, principalmente aquele que resgatou, o Sanduíche Bauru. Zé do Skinão faleceu em 29 de abril de 2002. Ainda hoje seu filho Marco Antonio comanda o Skinão lanches.

    Share. Facebook Twitter LinkedIn Email Telegram Copy Link

    Related Posts

    Jornalismo

    5 Maiores revelações do futebol Goiano que prometem brilhar no cenário nacional

    outubro 21, 2025
    Jornalismo

    Quem foi Aserá na Bíblia?

    outubro 20, 2025
    Jornalismo

    Quem é Georgia Cardoso Pinheiro: biografia e história ao lado de Paulo Henrique Amorim

    outubro 20, 2025
    Jornalismo

    Quem é Karen Kardasha

    outubro 20, 2025
    Jornalismo

    Quantos anos tem o pastor Valdomiro Silva

    outubro 20, 2025
    Jornalismo

    O que você sabe do Woodstock Brasileiro – Festival de Águas Claras?

    outubro 20, 2025
    Leave A Reply Cancel Reply

    Você precisa fazer o login para publicar um comentário.

    Ultimas notícias

    Economia a longo prazo: O Investimento inteligente em purificadores de água

    O uso estratégico do Agente de IA na transformação dos processos de marketing

    5 Maiores revelações do futebol Goiano que prometem brilhar no cenário nacional

    Como funciona o orçamento e o atendimento de uma desentupidora 24 horas

    Paver de concreto: tipos, instalação e manutenção

    Quem comprou a Dreamworks?

    Quem foi Aserá na Bíblia?

    Quem é Georgia Cardoso Pinheiro: biografia e história ao lado de Paulo Henrique Amorim

    Quem é Karen Kardasha

    O Rio Batalha

    Quantos anos tem o pastor Valdomiro Silva

    Quem é o namorado de David Brazil?

    © 2025 Vivendo Bauru
    • Home
    • Contato – Fale Conosco
    • Quem somos

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.