A pergunta “quanto Elize Matsunaga recebeu pelo documentário?” começou em 2021, quando a Netflix lançou “Elize Matsunaga: Era Uma Vez um Crime”, e voltou com força em 2025 por causa de novas produções sobre criminosos de Tremembé. Ela voltou porque muita gente presumiu que, por ser o rosto central de um caso que chocou o país, ela teria sido remunerada para falar. Mas o que foi dito pelas pessoas que criaram o documentário, e que foi retomado agora de novo, é o contrário: a própria idealizadora afirmou que Elize não recebeu nenhum valor em dinheiro para participar da obra. (AdoroCinema)
O documentário e por que a fala dela era valiosa
O filme da Netflix foi pensado para reconstruir o relacionamento, o crime e o julgamento ouvindo não só investigadores e advogados, mas também a condenada. Isso levou tempo: a diretora contou que foram cerca de 18 meses de negociações até que ela aceitasse gravar, justamente porque seria a primeira vez que Elize apareceria longamente falando sobre o que aconteceu. Então a participação dela tinha valor jornalístico e documental — mas isso não significa que houve cachê. Foi uma escolha editorial: registrar a versão dela porque ela era a única pessoa que ainda não tinha aparecido diante das câmeras para explicar o caso. (AdoroCinema)
O que os produtores disseram sobre pagamento
Quando a obra saiu, em 2021, e agora de novo em 2025, a idealizadora e o time da produção repetiram a mesma coisa: Elize não recebeu para dar a entrevista, e os demais entrevistados também não receberam. A resposta direta para “quanto Elize Matsunaga recebeu pelo documentário?” é, portanto, “nada”. Essa informação foi publicada na época e reapareceu agora que o caso voltou ao noticiário por causa da série sobre Tremembé. A própria produção fez questão de deixar claro esse ponto para evitar duas leituras: a de que uma condenada estaria lucrando com o crime e a de que a Netflix teria violado uma limitação jurídica brasileira. (Tangerina)
Por que decidiram não pagar
No Brasil, existe o entendimento de que valores que possam ser vistos como “proveito do crime” podem ser alcançados pela Justiça. A série de reportagens recentes lembrou exatamente isso ao dizer que a defesa e a própria Netflix negaram qualquer pagamento, mencionando que a lei não permitiria que ela lucrasse com a história do homicídio. Pagar seria abrir margem para bloqueio judicial do dinheiro, questionamento do Ministério Público e desgaste com o público. Então, quando a produção avisou que não pagou, ela estava dizendo duas coisas ao mesmo tempo: “esta é uma obra documental” e “não criamos fonte de renda para uma condenada por homicídio”. (Rádio Itatiaia)
A confusão com o que ela recebeu de herança
Um dos motivos de tanta gente perguntar quanto Elize Matsunaga recebeu pelo documentário é que, na mesma época, saíram matérias dizendo que ela ficou com cerca de R$ 900 mil em bens depois da morte de Marcos Matsunaga. Isso é verdade, mas é outro assunto: trata-se de definição patrimonial e sucessória, não de pagamento de streaming. Ela teria recebido esse valor em bens porque ainda havia direitos conjugais e negociações sobre o que restou do patrimônio do casal, como mostraram reportagens de 2021 e que voltaram a ser lembradas agora em 2025. Misturar isso com o documentário cria a impressão de que a Netflix pagou, quando na verdade o que houve foi uma questão de bens, e não de audiovisual. (Terra)
Como o streaming normalmente paga em documentários
Outra coisa que alimenta a dúvida é o fato de a gente ver notícias de que a Netflix paga caro por documentários ou por histórias reais — às vezes valores de milhões de dólares para adquirir um filme pronto ou para licenciar uma história internacionalmente. Mas isso é muito diferente de pagar uma pessoa condenada para falar diante da câmera. No modelo normal de true crime, o dinheiro vai para a produção, para a equipe, para pesquisa, para licenciamento de imagens e para quem detém direitos de obras, não para o personagem que poderia ser impedido de lucrar. Em alguns casos dos EUA, a plataforma paga caro porque está comprando o filme todo; aqui, o projeto foi produzido com a decisão editorial de não remunerar a personagem central. (Omelete)
O fator ético
Existe também o aspecto moral. O público, de modo geral, não aceita bem a ideia de alguém que matou o cônjuge dar uma entrevista longa e ainda ser pago por isso. Ao tornar pública a informação de que a resposta para “quanto Elize Matsunaga recebeu pelo documentário?” é “zero”, a produção se alinha ao sentimento social de que o crime não pode virar fonte de renda. Isso também protege a obra: ela passa a ser vista como reconstrução de um caso de interesse público, não como vitrine para a protagonista.
Por que o tema voltou em 2025
Em 2025, com a série sobre detentas de Tremembé e outros conteúdos relembrando crimes famosos, o nome de Elize voltou à mídia e os portais resgataram a pergunta “quanto Elize Matsunaga recebeu pelo documentário?”. E as matérias repetiram o que já tinha sido dito em 2021: não recebeu. O que ela teve foi exposição e a chance de contar sua versão, não pagamento. Essa repetição mostra que a própria imprensa está tentando separar três coisas: o que é o crime, o que é o documentário e o que é o patrimônio que ela já tinha garantido anos atrás. (AdoroCinema)
E se tivesse havido pagamento?
Vale pensar no cenário hipotético porque ele deixa claro por que isso não aconteceu. Se a resposta para “quanto Elize Matsunaga recebeu pelo documentário?” fosse “ela recebeu um cachê”, esse valor poderia ser bloqueado com base no artigo que trata de confisco do produto ou proveito do crime, e a plataforma seria alvo de crítica por ter remunerado uma condenada por feminicídio/homicídio de grande repercussão. Ou seja, do ponto de vista de risco jurídico e de reputação, era mais seguro não pagar e deixar claro que a motivação dela para falar foi outra — inclusive, segundo a idealizadora, registrar sua versão para a filha. (Diário do Centro do Mundo)

O que ela ganhou, então?
Dizer que não houve dinheiro não significa que ela não ganhou nada. Ela ganhou espaço de fala — algo que, para alguém com um caso desse tamanho, já é muito. Ganhou a possibilidade de apresentar sua narrativa, de explicar o relacionamento, de dizer o que a levou ao crime e de mostrar uma faceta mais humana para quem só a conhecia pelos telejornais. Esse é um ganho de imagem, não financeiro. Mas, como a pergunta que circula é sempre “quanto Elize Matsunaga recebeu pelo documentário?”, é importante repetir: do ponto de vista de dinheiro, segundo a própria equipe que fez o filme, ela não recebeu. (Diário do Centro do Mundo)
No fim, juntando o que os produtores disseram, o que os veículos publicaram e o que a lei brasileira permite, a resposta fica bem objetiva: quanto Elize Matsunaga recebeu pelo documentário? De acordo com quem fez o projeto e com as reportagens que voltaram ao tema, ela não recebeu quantia em dinheiro; o que existiu foi uma decisão editorial de ouvi-la sem remunerá-la, e o que apareceu como valor na vida dela foi relativo a bens do ex-marido, não ao audiovisual da Netflix. Isso encerra a especulação sobre quanto Elize Matsunaga recebeu pelo documentário.